Com a ação C2, o projeto procura criar um sistema piloto de distribuição de água urbana, que satisfaça as necessidades de rega de áreas verdes, permitindo a adaptação às secas e, ao mesmo tempo, recuperando as funções históricas de um monumento classificado - o aqueduto da Água da Prata -, sem comprometer o seu valor de conservação e classificação do património.
Apesar de o projeto de engenharia em que se baseia ter origem em soluções hidráulicas conhecidas, um sistema como o proposto não foi ainda executado, tanto em Portugal como noutros países da UE que enfrentam problemas de escassez e que poderiam igualmente (re)funcionalizar aquedutos históricos para dar resposta às necessidades de água e adaptação da rega às alterações climáticas.
Embora contribuam claramente para a adaptação (para enfrentar a escassez de água superficial resultante de uma precipitação que se prevê substancialmente reduzida), os trabalhos da ação C2 procuram resolver um problema comum e amplo na Europa: como harmonizar as necessidades de adaptação com a conservação do património histórico e classificado?
A relevância deste aspeto é destacada, por exemplo, pela Agência Europeia do Ambiente, no seu relatório de 2016 sobre a adaptação urbana às alterações climáticas: “Na Europa, a maioria das cidades tem origem na Idade Média. As estruturas físicas resultantes frequentemente limitam as opções de adaptação às necessidades atuais e às mudanças futuras, principalmente se pretendem manter uma herança valiosa ao mesmo tempo. Algumas das atuais necessidades de adaptação decorrem de infraestruturas inadequadas e inflexíveis que são quase impossíveis de mudar”.
Com os trabalhos-piloto propostos, Évora irá adaptar-se às previsões de escassez de água superficial, preservando e reabilitando, simultaneamente, as funções de um monumento histórico, evidenciando que é possível superar este aparente paradigma.